A análise de sobrevida será utilizada quando o tempo for o objeto de interesse, seja este interpretado como o tempo até a ocorrência de um evento ou o risco de ocorrência de um evento por unidade de tempo. Ela permite analisar problemas onde o risco de ocorrência do evento não é homogêneo ao longo do tempo.
Estatísticas de sobrevida de câncer são geralmente expressas como a proporção de pacientes vivos, em algum momento posterior ao diagnóstico de seu câncer. Sobrevida relativa é uma estimativa da percentagem de pacientes que seriam esperados para sobreviver aos efeitos de seu câncer. Sobrevida observada é a percentagem real de pacientes ainda vivos em algum período de tempo especificado após o diagnóstico de câncer. Pode-se considerar as mortes por todas as causas ou por câncer apenas. Podem ser divididas em dois tipos:
- Sobrevida até o óbito: proporção de pessoas com câncer que atingem o óbito;
- Sobrevida livre de doença: proporção de pessoas com câncer que atingem recidiva ou metástase;
- Sobrevida sem progressão: proporção de pessoas que ainda têm câncer, mas sua doença não está progredindo (pode-se ter tido algum sucesso com o tratamento, mas seu câncer não desapareceu completamente).
Um dos métodos estatísticos mais usados para este cálculo é o estimador de Kaplan-Meier, que utiliza os conceitos de independência de eventos e de probabilidade condicional para desdobrar a condição de sobreviver até o tempo determinado em uma seqüência de elementos independentes que caracterizam a sobrevida em cada intervalo de tempo e cuja probabilidade é condicional aos que estão em risco em cada período. Ou seja, calcula a probabilidade de sobrevida para cada unidade de tempo e/ou para o total do tempo de acompanhamento de interesse.
Em 2009, a FOSP publicou o livro Cadernos FOSP Volume 5 – Sobrevida de Pacientes com Câncer no Estado de São Paulo: Seis Anos de Seguimento pelo Registro Hospitalar de Câncer, a ser distribuído para os hospitais integrantes da Rede de Atenção Oncológica, Faculdades de Medicina e afins.
O Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo já está ativo há dez anos. Isto posto, julgou-se possível a utilização dos casos para uma análise ampla de sobrevida, com comparações em relação a topografia, sexo, estádio clínico e idade. Os casos foram acompanhados do ano de 2.000 ao ano de 2.005, perfazendo-se seis anos completos para a análise de sobrevida. Com base nestes dados, foram gerados gráficos, tabelas e quadros, apresentando os resultados das análises estatísticas que foram consideradas adequadas para o objetivo.