Classificação de Tumores Malignos
TNM – Classificação de Tumores Malignos (Classification of Malignant Tumours) é o sistema mais usado para a classificação de tumores malignos e a descrição de sua extensão anatômica, desenvolvido e publicado pela União Internacional contra o Câncer – UICC. A oitava e última edição foi traduzida pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e traz novos dados sobre o prognóstico, bem como novos métodos para avaliar esse prognóstico.
A prática de classificar os casos de câncer em grupos de acordo com a extensão anatômica, denominada estadiamento, surgiu da observação de que as taxas de sobrevida eram maiores nos casos em que a doença estava localizada do que naquelas em que a doença se estendera além do órgão de origem. O estadiamento da doença no momento do diagnóstico pode ser um reflexo não apenas da taxa de crescimento e extensão da neoplasia, mas também do tipo de tumor e da relação tumor-hospedeiro.
É importante registrar informações precisas sobre a extensão anatômica da doença, no momento do diagnóstico, para alcançar os seguintes objetivos:
1. ajudar o clínico no planejamento do tratamento;
2. dar alguma indicação do prognóstico;
3. ajudar na avaliação dos resultados do tratamento;
4. facilitar o intercâmbio de informações entre os centros de tratamento;
5. contribuir para a investigação do câncer humano;
6. apoiar as atividades de controle do câncer.
Conhecer o estadiamento do câncer é essencial para a assistência, pesquisa e controle do câncer. As atividade de controle do câncer incluem ações diretas relacionadas à assistência ao paciente, ao desenvolvimento e à implementação de diretrizes de prática clínica e atividades centralizadas, como documentar a extensão da doença em registros de câncer para fins de vigilância e planejamento de ações públicas. O registro de informações sobre o estadiamento é essencial para a avaliação dos resultados da prática clínica e dos programas de controle do câncer.
Existem muitos parâmetros para a classificação do tumor, como a localização anatômica associada às extensões clínica e patológica da doença, a duração dos sintomas ou sinais, o gênero e a idade do paciente, o tipo histológico e o grau de diferenciação celular do tumor. Todos esses têm uma influência no resultado da doença. A classificação que leva em consideração a extensão anatômica da doença, é aquela no qual o sistema TNM está fundamentado.
A tarefa imediata do médico, ao assistir ao paciente com diagnóstico de câncer, é fazer uma avaliação quanto ao prognóstico e tomar a decisão quanto ao tratamento mais eficaz e oportuno. Este julgamento e essa decisão exigem, entre outras coisas, uma avaliação objetiva da extensão anatômica da doença.
Para atender os objetivos mencionados, é necessário um sistema de classificação:
1. que seja aplicável às localizações anatômicas, independentemente do tratamento;
2. que possa ser complementado mais tarde por informações adicionais que se tornam disponíveis a partir da avaliação histopatológica e/ou da cirurgia.
O sistema TNM para a classificação de tumores malignos atende a esses requisitos.
Regras Gerais do Sistema TNM
O Sistema TNM, para descrever a extensão anatômica da doença, tem por base a avaliação de três componentes:
T – extensão do tumor primário.
N – ausência ou presença e extensão de metástase em linfonodos regionais.
M – ausência ou presença de metástase à distância
A adição de números a estes três componentes indica a extensão da doença maligna, assim:
T0, T1, T2, T3, T4, N0, N1, N2, N3, M0, M1
Na verdade, o sistema é uma “notação codificada” criada para descrever a extensão de um determinado tumor maligno.
Referência: Instituto Nacional de Câncer (Brasil). TNM: classificação de tumores malignos / Instituto Nacional de Câncer – Rio de Janeiro: INCA, 2022. 276 p. Tradução da 8ª edição: TNM: classification of malignant tumours / União Internacional contra o Câncer (UICC), ISBN 978-65-88517-24-6