O Laboratório de Anatomia Patológica e Citologia da FOSP é referência na rede pública do estado de São Paulo em exames de citologia cérvico-vaginal, biópsias de colo uterino, imuno-histoquímica para diagnóstico de câncer, em especial, de mama e hibridização in situ para pesquisa de Her-2 no câncer de mama. Oferecemos a avaliação imuno-histoquímica do perfil preditivo e prognóstico no câncer de mama, que é empregado para guiar a estratificação de pacientes e a tomada de conduta médica, com eleição de drogas específicas, como o Trastuzumab. Sobretudo, é alinhado e consonante ao propósito da instituição, compartilha da missão, visão e valores da fundação, balizado pela cultura de comprometimento ético, busca por excelência, inovação, transparência e credibilidade no trabalho.
Processamos diariamente de 1.000 a 1.500 exames colpocitológicos (Papanicolau), além de outros exames citológicos, como punções de mama e linfonodos. Semanalmente, avaliamos exames de hibridização para oncoproteína Her-2 no câncer de mama e exames imuno-histoquímicos diversos. Diagnosticamos desde linfomas, tumores abdominais, torácicos, até doenças benignas, como infecções fúngicas e tuberculose, que são referenciados com a hipótese de câncer.
A produção nesta unidade nos últimos anos é apresentada no quadro abaixo:
Descrição | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | Média Anual |
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Hibridação in situ por Fluorescência (FISH) | 235 | 342 | 328 | 256 | 223 | 169 | 259 |
Exames Imuno-histoquímicos | 10.668 | 22.612 | 25.316 | 27.015 | 24.753 | 17.846 | 21.368 |
Exames Anatomopatológicos (lâminas) | 12.529 | 14.274 | 11.209 | 10.879 | 13.358 | 12.836 | 12.514 |
Exames Colpocitopatológicos (lâminas) | 238.427 | 232.285 | 254.115 | 207.153 | 228.466 | 245.872 | 234.386 |
Monitoramento Externo de Qualidade (MEQ) | – | – | 426 | 11.506 | 9.866 | 5.895 | 9.089 |
Ao assumir a realização de exames anatomopatológicos de Hospitais da rede SUS, a FOSP passou a diversificar seu campo de ação, uma vez que não está mais restrita a patologias cervicais e mamárias.
Contamos com equipe técnica altamente qualificada, composta por sete patologistas e vinte e seis citotécnicos. Todos os médicos são especializados em anatomia patológica e todos os citotécnicos são especializados em cursos de citotecnologia, com membros da equipe vindos de renomadas universidades brasileiras. Prezamos pela excelência técnica, operacional e acadêmica, com mestres e doutores em nossa equipe operacional.
A estrutura operacional do laboratório é moderna, com imuno-histoquímica automatizada, seguindo rigoroso controle de qualidade, com ampla gama de marcadores diagnósticos e prognósticos disponível. A citologia cérvico-vaginal em meio convencional é processada (coloração e montagem de lâmina) com automatização do processo, padronizado exclusivamente para a FOSP, que resulta em lâminas de qualidade homogênea, com maior segurança e facilidade à interpretação pelo citotécnico e patologista. Todo o processo de emissão de laudo é informatizado.
Figura 1. Equipamentos no parque tecnológico do laboratório da FOSP: (1) Impressora de cassetes, com identificação padronizada e maior segurança aos pacientes, nos blocos de parafina. (2) Autostainer (Dako-Agilent), para preparação de lâminas que serão avaliadas à microscopia. Além da automatização do fluxo de trabalho, com maior segurança, funcionalidade e rendimento operacional, essa tecnologia permite a coloração homogênea das lâminas, que resultará em otimização do processo analítico. (3) Automatização da imuno-histoquímica, com plataforma Omnis (Dako-Agilent), que permite maior segurança, homogeneidade e atenção a padrões internacionais de qualidades de reações. (4) Microscópio Zeiss Axioimager para avaliação de exames de hibridização por fluorescência, automatizado.
Um pouco sobre nosso trabalho
A FOSP é ativa em programas de rastreamento para prevenção e diagnóstico precoce do câncer do colo uterino, dentre os paradigmas da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Utilizamos o método de coloração desenvolvido por Papanicolau, para avaliação dos esfregaços cérvico-vaginais. Através da observação microscópica das lâminas, os exames são triados pelos citotécnicos e distinguidos entre benignos e aqueles com alterações, perceptíveis à observação microscópica. Por exemplo, na Figura 1, abaixo, exemplificamos possíveis achados, que serão validados por um médico patologista e empregados para a triagem dos pacientes em lesões precursoras e, até malignas no colo do útero.
Figura 2. Fotografia microscópica da lâmina do exame de Papanicolau, com aspecto (A) dentre os limites da normalidade, (B) alterações displásicas de baixo grau e coilocitose, indicativos de ação pelo vírus HPV (human papilomavirus), (C) alterações displásicas de alto grau (precursoras de malignidade) e (C) sugestivo para câncer.
A frente do laboratório de imuno-histoquímica trabalha em consonância com as unidades solicitantes de exames, em geral de alta complexidade diagnóstica. São hospitais e laboratórios da rede pública do estado de São Paulo, que encaminham exames anatomopatológicos, como biópsias e peças cirúrgicas, já avaliados por um médico patologista. Aqui, são recebidos para uma segunda opinião (revisão) e complementação diagnóstica com técnicas auxiliares, na tentativa de se alcançar o diagnóstico mais assertivo e preciso possível.
Trabalhamos com infraestrutura totalmente automatizada, na qual seguimos padrões internacionais de qualidade técnica e eficiência operacional. A figura abaixo exemplifica a visão ao microscópio do exame imuno-histoquímico e o comentário da legenda exemplifica o processo diagnóstico, realizado por patologista.
Figura 3. Fotografia microscópica da lâmina da biópsia e respectiva complementação imuno-histoquímica. A imagem (A) representa o exame de origem, uma biópsia de lesão axilar, avaliado pelo patologista de origem. O laboratório que nos referenciou o caso processou o material biológico do paciente com a técnica de coloração por Hematoxilina e Eosina (HE) disponível, universal aos laboratórios médicos de análises em anatomia patológica. Uma vez recebido esse exame, nossa equipe o reavalia, à luz do contexto clínico referido no pedido de exame e constrói um painel de reações imuno-histoquímicas a partir da proposição de hipóteses. Em (B), uma reação negativa, para citoqueratinas AE1AE3, (C), positiva para GATA-3 e (D), positiva para CD30. Mediante o raciocínio elaborado pelo patologista e o contexto clínico, alcançou-se o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin, clássico, na biópsia. Com um diagnóstico em mãos, permite-se a continuidade assistencial ao paciente, com o estabelecimento de plano terapêutico e de seguimento.
Figura 4. Fotografia microscópica de biópsia de câncer de mama, sob as técnicas de campo claro, à coloração habitual de Hematoxilina e Eosina (HE), em (A), sob a técnica de imuno-histoquímica (em B) e a hibridização por fluorescência (FISH) para a pesquisa de amplificação de oncoproteína Her-2, em (C) e (D), com exemplos de teste positivo (D), e negativo, não amplificado (D).
Figura 5. Diagnóstico histopatológico que vai além do câncer. Doenças não oncológicas, como as fúngicas e virais, são um diagnóstico diferencial ao câncer em inúmeras situações, com as quais frequentemente nos deparamos na prática clínica. No exemplo, uma doença fúngica, com a identificação de estrutura composta por parede celular dupla, com múltiplos brotamentos, de características compatíveis com Paracoccidioidomicose (A, C). Em (B), os aspectos observados à coloração de HE da lesão de cavidade oral, ulcerada, referida como suspeita para câncer.
Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento
A composição do quadro de pessoal conta com profissionais com formação e atuação acadêmica. Dentre esse paradigma, o laboratório contribui com parceiros em pesquisa, na execução de testes e segmentos de projetos. Participamos na elaboração de projetos, execução de testes e quantificações, com adequações protocolares às demandas científicas. Além disso, a operação laboratorial está em fase de viabilização de recursos técnico à comunidade científica mediante a prestação de serviços especializados, como reações imuno-histoquímicas, hibridizações por fluorescências, direcionados a protocolos investigativos ou participação por assessoria técnica em projetos. Além disso, contamos com parceria com a equipe do curso de formação em citotecnologia da FOSP, com laboratório didático.
Figura 6. Imagens de microscopia de procedimentos laboratoriais para suporte em pesquisa, na FOSP. (A) TMA, tissue microarrya. (B) Imuno-histoquímica para Colágeno IV. (C e D) Imuno-histoquímica para Colágeno V.
Figura 7. (A) Laboratório didático, para cursos, como o de Citotecnologia, e discussões, reuniões clínicas e aprimoramento técnico científico da equipe médica, técnica e de residentes e estagiários. (B) Curso de Imuno-histoquímica da FOSP, apresentado em 2018, presencialmente no auditório, com participantes de diversos estados do Brasil.